quinta-feira, 31 de março de 2022

Emissão Filatélica Vultos da História e da Cultura (17.º grupo) - Nuno Teotónio Pereira / Mariana Rey Monteiro / Gonçalo Ribeiro Telles / José Saramago / Agustina Bessa-Luís / Salette Tavares / Laura Ayres / Maria de Lourdes Levy



 

Este ano, a emissão filatélica celebra as médicas Maria de Lourdes Levy e Laura Ayres, as escritoras Salette Tavares e Agustina Bessa-luís, o escritor José Saramago, os arquitetos Gonçalo Ribeiro Teles e Nuno Teotónio Pereira e a atriz Mariana Rey Monteiro.

 

Maria de Lourdes Levy (1921-2015) foi considerada a matriarca da pediatria nacional, pioneira na medicina da adolescência. Defendeu a humanização dos cuidados hospitalares, através da melhoria das condições das visitas e do acompanhamento dos pais aos filhos. Catedrática na Universidade de Lisboa, foi cofundadora do Instituto de Apoio à Criança.

 

Laura Ayres (1922-1992) começou no internato geral do curso de medicina, concluído com distinção, em 1946. Estagiando no que viria a ser o Instituto Nacional de Saúde, investigou a gripe e outras doenças respiratórias. No Centro Nacional da Gripe, desenvolveu um laboratório de virologia que se tornaria referência. Em 1979, realizou o primeiro inquérito serológico nacional, traçando o perfil de 19 infeções. Nos anos 80, liderou a luta contra a SIDA em Portugal.

 

Salette Tavares (1922-1994) licenciou-se em Ciências histórico-filosóficas em 1948, tendo mais tarde traduzido Pascal. Nove anos depois, publicou Espelho Cego, primeiro livro de poesia. Em 1965, com Concerto e Audição Pictórica, terá protagonizado o primeiro happening artístico em Portugal.

 

Agustina Bessa-Luís (1922-2019) licenciou-se em Coimbra e estabeleceu-se no Porto. Em 1948, publicou a novela Mundo Fechado, primeiro livro como romancista, género em que se afirmaria com a Sibila, a sua maior obra.

 

José Saramago (1922-2010) publicou o seu primeiro romance, Terra do Pecado, em 1947.  Escreveu poesia e crónicas, mas foram obras como Memorial do Convento (1982), O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991) e Ensaio sobre a Cegueira (1995) a merecerem o primeiro Prémio Nobel da Literatura da língua portuguesa, em 1998.

 

Gonçalo Ribeiro Telles (1922-2020) formou-se em arquitetura paisagística e viria a notabilizar-se pelo projeto dos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, assinado em parceria com António Viana Barreto, e considerado Prémio Valmor em 1975. Ministro da Qualidade de Vida entre 1981 e 1983, criou as zonas protegidas das reservas ecológica e agrícola nacional. «Pai da ecologia em Portugal»,

lançou as bases dos planos diretores municipais.

 

Nuno Teotónio Pereira (1922-2016) participou em 1948 no primeiro Congresso Nacional de Arquitetura, dissertando sobre habitação económica, área que muito o ocuparia. Notabilizou-se em 1955, pelo Bloco das Águas Livres, em Lisboa, assinado com Bartolomeu Costa Cabral. As parcerias com colegas resultaram, aliás, em três prémios Valmor, entre eles o atribuído ao edifício de escritórios na Rua Braamcamp (1971), popularizado como «Franjinhas», e projetado em conjunto com João

Braula Reis.

 

Mariana Rey Monteiro (1922-2010) cedo cultivou o desejo de trabalhar no teatro. Estreou-se no Dona Maria II, em 1946, em Antígona, de Sófocles, integrando a companhia dirigida pelos pais. Seguiram-se peças com textos de Shakespeare, Moliére, Ibsen, Tennessee Williams ou Ionesco. Trabalhou em cinema, mas ficou conhecida, sobretudo, pelas telenovelas.

 

Esta emissão filatélica é composta por oito selos com uma tiragem de 75 000 exemplares cada sendo que os selos de Nuno Teotónio Pereira e Maria de Lourdes Levy são de taxa n20g (0,57 €), os selos alusivos a Salette Tavares e Gonçalo Ribeiro Telles são de taxa A20g (0,74 €), os selos de Laura Ayres e  Agustina Bessa-Luís são de taxa E20g (0,95 €) e os selos alusivos a Mariana Rey Monteiro e José Saramago são de taxa I20g (1,05 €) perfazendo a série um total de 6,62 €.

O design dos selos esteve a cargo do atelier B2 Design.

 

As obliterações de primeiro dia serão feitas nas Lojas CTT dos Restauradores em Lisboa, Palácio dos Correios, no Porto, Zarco, no Funchal e Antero de Quental, em Ponta Delgada.

quarta-feira, 30 de março de 2022

Emissão filatélica 100 anos Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul

Os CTT – Correios de Portugal lançam esta quarta-feira, dia 30 de março, uma emissão filatélica para assinalar o centenário da Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul, entre Portugal e o Brasil. Esta emissão é composta por três selos I20g, correspondentes ao valor facial de 1,05€, com uma tiragem de 75 000 exemplares cada.

A Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul, realizada pelos marinheiros aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral, constituiu-se como referência histórica pelo impacto social unificador na Nação portuguesa e pelo seu valor intrínseco em termos temporais, científicos e individuais, apesar dos limitados recursos disponibilizados.

A realização desta Travessia no ano de 1922, com 4.367 milhas percorridas em 60 horas e 14 minutos, operando um hidroavião monomotor de flutuadores, poderá causar espanto pela audácia dos tripulantes. Contudo, foi por terem sido voadas 36 horas e 29 minutos sobre o oceano, sem referências geográficas, com perfeito conhecimento da posição e baseando-se exclusivamente na observação astronómica, que seria considerado um feito inédito e inovador à data, precursor da navegação aérea autónoma.

Os selos individuais representam as três “máquinas” utilizadas. O primeiro, na descolagem de Lisboa, a 30 de março de 1922, ao romper da manhã, o Fairey IIID versão Mark II, F 400, identificado pelo construtor como Transatlantic Load Carrier, que viria a ser por decreto governamental o Lusitânia. O segundo, o Fairey IIID, F 401, matrícula 16, à deriva em 11 de maio, após uma amaragem de emergência e prestes a ser socorrido por um navio mercante, o Paris City. O terceiro, o Fairey IIID, F 402, matrícula 17, que finalizou a Travessia a 17 de junho, posteriormente batizado Santa Cruz na chegada ao Brasil.




sábado, 12 de março de 2022

Bilhete Postal XVIII CONGRESSO DA ANAFRE (Braga)

 


Já entrou em circulação o Inteiro Postal da República lançado pelos CTT – Correios de Portugal, para assinalar o XVIII Congresso da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE). O evento realiza-se entre hoje e domingo, em Braga, e é, este ano, patrocinado pelos CTT, parceiros da ANAFRE no contexto de uma relação histórica de quase duas décadas que serve os portugueses naquilo que é o serviço público de correios, nas suas mais importantes funções de proximidade e de serviço às populações.

 

O lançamento deste Inteiro Postal vai marcar o arranque do Congresso. A peça filatélica será assinada e carimbada esta tarde, pelas 17h00, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo Presidente da Direção da ANAFRE, Jorge Veloso, e também pelo CEO dos CTT, João Bento.

 

As freguesias sempre desempenharam em Portugal um papel do mais alto relevo, principalmente pela sua proximidade aos cidadãos, de quem conhecem as dificuldades como ninguém, os anseios e as preocupações do quotidiano e são um parceiro preferencial dos CTT na parte em que a cobertura da rede postal no país é feita através de uma rede de agentes. Ao longo destas quase duas décadas de parceria, as Freguesias têm sido fundamentais para a concretização do desenvolvimento da rede postal que, para além das 570 lojas próprias, conta hoje com mais de 1 800 Postos de Correio, cerca de metade dos quais localizados em Juntas de Freguesia.

 

Têm, desta forma, os CTT muitas semelhanças de atuação com a maneira de estar da gestão autárquica corporizada pela ANAFRE: a presença no tecido empresarial e institucional através da rede postal é extremamente significativa, mas destacamos sobretudo a grande proximidade às populações, sendo por isso que, relevando os pontos comuns entre as duas instituições e sublinhando a afinidade das estratégias de atuação local, foi lançado este Inteiro Postal.


Para o efeito foi ainda criado um carimbo comemorativo para obliterar os bilhetes postais no 1.º dia de circulação.