terça-feira, 20 de setembro de 2022

Emissão Filatélica Jornada Mundial da Juventude

 






A Jornada Mundial da Juventude é um encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa, num ambiente festivo, religioso e cultural.

Tendo os jovens como protagonistas, a Jornada Mundial da Juventude procura também promover a paz, a união e a fraternidade entre os povos e as nações de todo o mundo.

É, simultaneamente, uma peregrinação, uma festa da juventude, uma expressão da Igreja universal e um momento forte de evangelização do mundo juvenil. Sendo um evento católico, a JMJ Lisboa 2023 é aberta a todos os jovens.

Foi instituída em 1985 pelo Papa João Paulo II e, desde o início, tem mobilizado milhões de jovens, de quase todas as nacionalidades do mundo.

A Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 é uma festa do mundo que terá lugar, pela primeira vez, em Lisboa, de 1 a 6 de agosto de 2023. Na semana anterior alguns dos jovens estarão espalhados por todas as dioceses portuguesas.

Ao longo de uma semana, os jovens provenientes de todo o mundo são acolhidos em instalações públicas e paroquiais ou em casas de famílias. Além dos momentos de oração e partilha, os jovens inscritos participam em várias iniciativas de caráter cultural, musical e desportivo, em diferentes locais de Lisboa. Os pontos altos da JMJ Lisboa 2023 são as celebrações que contam com a presença do Papa, nomeadamente as boas-vindas ao Papa, a via-sacra, a vigília e, no último dia, a missa de envio.

O lema escolhido pelo Papa Francisco para a XXXV Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 é mariano. «Maria levantou-se e partiu apressadamente» (Lc 1, 39) serve de inspiração ao Hino da Jornada «Há pressa no Ar» e ao logotipo que figura nesta coleção especial dos CTT, que celebra este acontecimento, que se reveste de particular importância para a cidade de Lisboa e para o país.

A JMJ Lisboa 2023 constitui uma oportunidade única de diálogo e cooperação entre a Igreja e a Sociedade Civil e entre todas as nações para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna, onde todos tenham lugar.

Estamos todos convocados a viver a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, como peregrinos, como povo e como comunidade!


segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Marcofilia de Portugal 3.º trimestre do ano de 2014

 

Índice:

Violas do Atlântico

500 anos dos Forais Manuelinos - Concelho de Seia

Ano Internacional da Agricultura Familiar

150 anos ligação ferroviária Lisboa - Gaia

350 anos da Batalha de Castelo Rodrigo

D. Frei Bartolomeu dos Mártires (1514 - 2014)

150 anos banda Musical velha de Barroselas

Emissão ano internacional da cristalografia

Emissão Alentejo - Algarve  ( autoadesivos)

Os Dominicanos no Mundo Luso Hispânico - Congresso Internacional

500 anos do Foral Manuelino Ançã - Cadima

Pombal - Um Concelho com História

Emissão 500 anos da Embaixada de D. Manuel I ao Papa Leão X

Emissão Rota das Catedrais 3-º grupo

200 anos Império S. Carlos - 200 anos a Louvar o Divino Espírito Santo

500 anos Foral Manuelino Aguada de Cima

Escola de Infantes e Cadetes - Mostra filatélica

IV bienal de humor Luís D’ Oliveira Guimarães

Emissão Aviões que os Açores Conhecem

Museu Paula Rego - 5.º aniversário Clube Nacional de Maximafília

Aviões que os Açores Conhecem

Emissão etiquetas autoadesivas 35 anos Serviço Nacional de Saúde a cuidar dos Portugueses

1.º Fórum Internacional das Entidades Reguladoras de Água

IWA - Água - Congresso Mundial e Exibições

150 anos da palavra “filatelia” - G. Herpin - V ALGARPEX

Emissão Universidade de Coimbra (Alta e Sofia) Património UNESCO

1.st IWRF - IWA World Water Congress e Exhibicion

Rota das Catedrais - Dia Mundial do Turismo ( Diocese de Bragança / Miranda


sábado, 10 de setembro de 2022

Emissão Filatélica Romeiros de São Miguel - 550 anos do Terramoto de Vila Franca do Campo

 





A 22 de Outubro de 1522, Vila Franca do Campo sofreu um dos piores dias da sua então curta existência.
Dois fatos mais ou menos simultâneos ocorreram em meados da década de 1470: a venda da capitania de São Miguel a Rui Gonçalves da Câmara, segundo filho do capitão do donatário, ou senhor proprietário, da Madeira; e a elevação do povoado à condição de vila, ou vila, a única na ilha de São Miguel à época.
O trabalho árduo e a coragem de Rui Gonçalves da Câmara fizeram de Vila Franca a sede do poder de toda a ilha. Os elevados rendimentos e a fertilidade da terra faziam dos habitantes, nas palavras de Gaspar Frutuoso em Saudades da Terra, “gente dissoluta com a grande fartura e fartura que se encontrava na época nesta ilha”.
Frei Afonso de Toldo, dominicano aparentado da família Alva e irmão do arcebispo da mesma diocese, previu um grande castigo, mas a sua pregação caiu em ouvidos surdos. E às vésperas do desastre, o mesmo livro cita os moradores da cidade proferindo frases como: “vamos jantar bem e morrer fartos [...] comamos hoje os nossos capões que amanhã morreremos”.
E assim, o fatídico dia chegou. O relato bastante prolixo de Frutuoso fala de dois momentos quase simultâneos: “um grande e chocante abalo de terra, que durou tanto quanto um credo” e depois um segundo abalo, seguido da queda de “grande parte da base de uma montanha , do sopé acima [da cidade]; e lama e terra, com alguns grandes pedregulhos do lado norte, descendo e cobrindo-o, esmagando-o completamente”.
Houve muitas mortes. Na época, em 1522, o quinto capitão do donatário, neto e homônimo do terceiro, ocupava a sede do poder. Na véspera de 22 de outubro, partiu para Cabouco onde possuía terras produtivas. Ele estava acompanhado da esposa e do filho mais novo. Seus outros filhos foram contados entre os mortos. Quando ele ouviu a notícia, ele voltou às pressas. Apesar das incertezas, ele tomou as rédeas e, ajudado por aqueles que sobreviveram, eles rasgaram a terra, salvaram os que ainda estavam vivos e enterraram os mortos. Para distrair os sobreviventes, ele organizou um torneio de justas.
Mas a abordagem religiosa logo dominou. O frade dominicano, que havia chegado de Toledo e predisse a tragédia, aproveitou para incentivar a devoção religiosa. Obteve o compromisso de que todas as quartas-feiras haveria uma procissão à capela da Senhora do Rosário, erguida às pressas, que se tornaria a igreja do mosteiro dos frades, substituindo a destruída no deslizamento.
As devoções intensificaram-se e assim começaram as “romarias quaresmais de São Miguel”, uma tradição que continua até hoje. Antes auto-organizados, hoje obedecem a regras e a uma hierarquia. Grupos de homens (as mulheres agora realizam atividades semelhantes) percorrem toda a ilha, a pé, cantando um triste Avé Maria, rezando em todas as capelas de Nossa Senhora, carinhosamente conhecidas como “casinhas” ou casinhas (hoje, é principalmente a paroquial igrejas visitadas).
Como insígnias, os Romeiros, ou peregrinos, de São Miguel usam um xale (símbolo da “verdadeira” mortalha de Cristo), carregando um saco de comida para sustento (a Cruz de Cristo), um cajado (o cetro de junco) para auxiliar na caminhada , com rosários nas mãos, que recitam ao longo de quase quarenta quilômetros em cada um dos sete dias, e um lenço (a coroa de espinhos) – símbolos ligados ao martírio de Cristo.
Esta emissão de selos, que retrata esta tradição religiosa, destaca a ermida de Nossa Senhora da Paz, em Vila Franca do Campo, um dos locais de peregrinação dos Romeiros. Também inclui a rosácea da antiga igreja matriz, encontrada algum tempo depois, quando a nova igreja foi construída.

Historiador José Teixeira Dias

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Emissão Conjunta Portugal / Brasil 200 anos de independência

EDIÇÃO CONJUNTA BRASIL-PORTUGAL 200 ANOS DE INDEPENDÊNCIA BRASILEIRA


Em 7 de setembro de 1822, às margens do rio Ipiranga, próximo a São Paulo, ressoou o famoso grito: “Independência ou Morte”. Este foi o anúncio simbólico do passo decisivo na construção do Brasil como nação independente. Sob a égide da ainda reinante Casa de Bragança, Pedro, até então Príncipe Regente, assumiu a liderança política que lhe havia sido implicitamente conferida pela nação brasileira, que, em janeiro daquele ano, ouvira e ecoara sua não menos famosa grito de “eu vou ficar”. Ao declarar sua intenção de ficar, opondo-se assim ao apelo dos Tribunais Constituintes reunidos em Lisboa, Pedro adotou o Brasil como sua casa, pronto para sua ascensão natural à liderança de um novo império separado de sua pátria. Sua proclamação como imperador ocorreu logo depois, em 12 de outubro de 1822. Como figura tutelar, foi fundamental na manutenção da unidade política de um vasto território, bem como na formação das instituições sociais e políticas do Estado brasileiro em construção. Pedro I do Brasil regressou a Portugal em 1831 como Pedro IV para apoiar a causa liberal, que lhe era cara, numa altura em que a turbulência inerente ao regresso à monarquia absoluta era muito maior do que a ligeira perturbação sentida na política brasileira. vida em busca de seus horizontes.

Muitos se envolveram na construção dessa trajetória irreversível iniciada naquele vertiginoso ano de 1822. Entre os muitos protagonistas que, nas províncias brasileiras, manifestaram seu desgosto com a manutenção da administração e dos poderes coloniais, a liderança firme e calma do Destaca-se José Bonifácio de Andrade e Silva. Foi responsável por redigir documentos programáticos que foram decisivos para afirmar as potencialidades do país emergente, além de influenciar Pedro a aderir à causa brasileira.

Em Portugal, às vésperas de 7 de setembro, os Tribunais davam os retoques finais à Constituição, que ainda dedicava uma seção específica à organização do poder executivo do Brasil. Ao mesmo tempo, os Tribunais discutiam disposições relativas às relações comerciais entre Portugal e o Brasil como partes do mesmo império, com fortes opiniões expressas sobre as vantagens de (ou a ofensa causada) a retomada de privilégios que protegiam a exclusividade do antigo mercado colonial. No entanto, essa possibilidade não passava de uma miragem.

De fato, embora seja verdade que a independência política brasileira decorreu de desejos convergentes de emancipação e libertação do antigo poder dominante, não há dúvida de que a legitimação de um tão desejado processo de separação política foi em grande parte ditada pela crescente autonomia económica que o território brasileiro alcançou a partir de 1808, quando a corte do futuro João VI se instalou no Rio de Janeiro em decorrência das guerras napoleônicas. A abertura dos portos brasileiros à poderosa marinha mercante britânica representou o fim de uma era de exclusividade colonial que tornou o Brasil capaz de alcançar sua liberdade econômica, ainda que para isso tivesse que se posicionar sob a influência de outras forças estratégicas internacionais. interesses. Mas a sorte estava lançada. A união entre Portugal e Brasil foi enfraquecida em seu elo mais forte. O descontentamento no reino agitou sentimentos que vieram a encarnar o movimento liberal regenerador, consubstanciado na revolução de 1820. Bastou dois anos para que a inevitável independência do Brasil se confirmasse de uma vez por todas.

José Luis Cardoso

Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa

 

Emissão / issue - 2022 / 09 / 07

Selo / stamp: 2,75 - 75 000

Design: Ely Borges, Isabel Flecha de Lima

Adaptação / adaptation: Unidesign / Hélder Soares

Créditos / credits

Em cima / above:

Sessão do Conselho de Ministros.

Óleo sobre tela, Georgina Moura Andrade de Albuquerque, 1922. Coleção/collection: Museu Histórico Nacional / Ibram/ MTur / n 03 / 2022 / MUS. Em baixo / below:

Retrato do Imperador Dom Pedro I. Óleo sobre tela, Simplício Rodrigues de Sá, 1826. Coleção/collection: Museu Imperial / Ibram / MTur/ n 03 / 2022 / MUS.

 

 

On 7 September 1822, on the banks of the river Ipiranga, near São Paulo, the famous cry rang out: “Independence or Death”. This was the symbolic announcement of the decisive step in the construction of Brazil as an independent nation. Under the aegis of the still reigning House of Bragança, Pedro, until then Prince Regent, assumed the political leadership that had been implicitly bestowed on him by the Brazilian nation, which, in January that year, had heard and echoed his no-less famous cry of “I will stay.” By declaring his intention to stay, thus opposing the appeal of the Constituent Courts gathered in Lisbon, Pedro adopted Brazil as his home, ready for his natural ascent to leadership of a new empire separated from its motherland. His proclamation as emperor took place soon after, on 12 October 1822. As a tutelary figure, he was fundamental in maintaining the political unity of a vast territory, as well as in shaping the social and political institutions of the Brazilian state under construction. Pedro I of Brazil returned to Portugal in 1831 as Pedro IV to support the liberal cause, which was close to his heart, at a time when the turmoil inherent in the return to an absolute monarchy was far greater than the slight disturbance felt in Brazilian political life as it searched for its horizons.

Many were involved in the construction of this irreversible trajectory set in motion in that giddying year of 1822. Among the many protagonists who, in the Brazilian provinces, had expressed their disgust at the maintenance of colonial administration and powers, the firm and calm leadership of José Bonifácio de Andrade e Silva is worth highlighting. He was responsible for writing programmatic documents that were decisive in affirming the potentials of the emerging country, as well as being influential in persuading Pedro to join the Brazilian cause.

In Portugal, on the eve of 7 September, the Courts were giving the finishing touches to the constitution, which still devoted a specific section to the organisation of the executive power of Brazil. At the same time, the Courts discussed provisions relating to trade relationships between Portugal and Brazil as parts of the same empire, with strong opinions expressed on the advantages of (or the offence caused by) resuming privileges protecting the exclusivity of the former colonial market. However, this possibility was no more than a mirage.

Indeed, while it is true that Brazilian political independence stemmed from converging desires for emancipation and freedom from the former dominant power, there is no doubt that the legitimisation of a much-wanted process of political separation was in large part dictated by the growing economic autonomy that the Brazilian territory achieved from 1808, when the court of the future João VI settled in Rio de Janeiro as a result of the Napoleonic wars. The opening up of Brazilian ports to the powerful British merchant navy represented the end of an era of colonial exclusivity that made Brazil able to achieve its economic freedom, even if in order to do so it had to position itself under the influence of other international strategic interests. But the die had been cast. The union between Portugal and Brazil was weakened at its strongest link. Discontent in the kingdom stirred sentiments that came to embody the regenerative liberal movement, consubstantiated in the revolution of 1820. Two years were all it took for Brazil’s inevitable independence to be confirmed once and for all.

José Luís Cardoso

Instituto de Ciências Sociais, University of Lisbon

 

 

Retirado de: https://www.ctt.pt/contentAsset/raw-data/b4847281-53ba-4d7a-a5b0-54560e7ad149/ficheiro/1007547c-9ffd-44cf-ab5b-63f01796fcce/export/PAGELA%20Brasil%20Portugal_TXT.pdf