A Marinha Mercante é uma das atividades económicas de maior importância a nível mundial. Em Portugal, atingiu o apogeu no terceiro quartel do século XX quando, por mar, ainda se viajava e se transportava correio e mercadorias de forma significativa. Uma das memórias mais fortes desse período é a relacionada com os navios, de que se escolheram sete, notáveis à sua época, para esta emissão filatélica.
Os navios escolhidos resultam de uma pré-seleção efetuada pelos autores. Essa pré-seleção pretende ser representativa dos vários períodos relevantes da Marinha Mercante portuguesa nos últimos 100 anos.
Para isso, os autores promoveram um inquérito por via eletrónica dirigido à comunidade marítima em Portugal, do qual resultaram 263 respostas validadas. Em resultado deste inquérito escolheram-se sete navios de entre os mais representativos da frota de navios de comércio portugueses, dos últimos 100 anos. São eles: Paquete Serpa Pinto, Paquete Santa Maria, Paquete Príncipe Perfeito, Paquete Infante Dom Henrique, Graneleiro Cassinga, Petroleiro Nogueira e Navio de Cruzeiros World Explorers.
Dados Técnicos / Technical Data
Data Emissão / issue – 2024 / 05 /29
Selos / stamps
2 x €0,65 – 2 x 70 000
€090 – 70 000
€1,00 – 70 000
2 x €1,20 – 2 x 70 000
€1,30 – 70 000
Design Colmeia
Design Créditos / credits Selos / stamps
€0,65 Paquete Serpa Pinto:
Coleção/collection Estúdio Mário Novais/FCG -
Biblioteca de Arte e Arquivos; Fotografia/photo: Mário
Novais. Pormenor/detail: Arquivo Municipal de Lisboa;
Fotografia/photo: António Bivar.
€0,65 Paquete Santa Maria:
Coleção/collection Estúdio Horácio Novais/FCG -
Biblioteca de Arte e Arquivos; Fotografia/photo: Horácio
Novais. Pormenor/detail: Coleção/collection Luís Miguel Correia.
€0,90 Paquete Príncipe
Perfeito e pormenor/detail: Coleção/collection Luís Miguel Correia.
€1,00 Paquete Infante Dom
Henrique: Coleção/collection Luís Miguel Correia. Pormenor/detail:
Coleção/collection Estúdio Mário Novais/FCG -
Biblioteca de Arte e Arquivos; Fotografia/photo: Mário
Novais.
€1,20 Graneleiro Cassinga:
Coleção/collection Luís Miguel Correia. Pormenor/detail: Magnus
Bjermo/Alamy Stock Photo/ /Fotobanco.pt.
€1,20 Petroleiro
Nogueira e pormenor/detail: Coleção/collection Luís Miguel Correia.
€1,30
Navio de cruzeiros World Explorer e pormenor/detail: Mystic Cruises.
Capa e verso da pagela / brochure cover
and back
Planos do graneleiro Cassinga.
Coleção/collection Luís Miguel Correia. Interior do navio de
cruzeiros World Explorer. Fotografia/photo: Mystic Cruises.
Sobrescrito de 1.º dia / FDC
Paquete Infante D. Henrique: Coleção/collection Luís
Miguel Correia.
Tradução / translation
Kennis Translations
Agradecimentos / acknowledgements
Arquivo Municipal de Lisboa; Fundação Calouste
Gulbenkian - Biblioteca de Arte e Arquivos; Mystic Cruises.
Papel / paper 110 g/m 2
Formato / size Selos / stamps: 80 x 30,6 mm
Picotagem / perforation 12 1 /4 x 12 e Cruz de Cristo
/ and Cross of Christ
Impressão / printing – offset Impressor / printer –
Cartor
Folhas / sheets – Com 25 ex. / with 25 copies.
Paquete PRÍNCIPE PERFEITO 1961-1976 Companhia Nacional de Navegação, Lisboa
O Príncipe Perfeito foi o maior dos 54 paquetes da Companhia Nacional de Navegação. Aquando da sua introdução, em 1961, foi apresentado como um «navio de linhas modernas, de proa oblíqua e popa de cruzador; mastro de linhas simples sobre a ponte de navegação e chaminé de desenho atraente e despretensioso». Assegurou as viagens regulares entre Lisboa e a África Portuguesa até junho de 1975, destacando-se igualmente, de 1962 a 1974, em inúmeros cruzeiros. Vendido ao estrangeiro em 1976, passou a servir para alojamento na Arábia e na Grécia, com diversos nomes e com as bandeiras do Panamá e da Grécia, até ser desmantelado na Índia, em 2001.
Petroleiro NOGUEIRA 1979-1986 Soponata — Sociedade Portuguesa de Navios Tanques, Lisboa O superpetroleiro Nogueira foi um dos maiores navios portugueses de sempre e o primeiro do seu tipo construído em Portugal (Setenave), embora segundo um projeto sueco. Entrou ao serviço em 1979, como a segunda de três unidades da classe «N» da Soponata — Neiva, Nogueira e Nisa. Provou ser um excelente navio, validando o prognóstico do estaleiro construtor em 1979 de que «navegaria como uma flor». Razões conjunturais levaram à sua venda em 1986, continuando a navegar ao serviço de grandes armadores internacionais até 2005. Confirmando a excelente qualidade de construção, o navio foi então adaptado para armazenamento flutuante de ramas de petróleo (FSO — Floating, Storage, Offloading) e, com o nome Fernan Vaz, prestou serviço na costa do Gabão até 2023, devendo ser reciclado em 2024.
Navio de cruzeiros WORLD EXPLORER 2019 - Mystic Cruises S.A., Porto
O navio de cruzeiros de exploração polar World Explorer é um dos novíssimos paquetes de luxo que assinalam o recente renascimento da frota portuguesa de navios de passageiros, por iniciativa do armador portuense Mário Ferreira. Construído em Portugal segundo os padrões técnicos e ambientais mais elevados, o World Explorer e os demais navios desta classe (World Voyager, Navigator, Traveller e Seeker) operam nos mercados internacionais mais exigentes, da Antártida ao Ártico, consolidando novas perspetivas para a Marinha Mercante portuguesa, aliando a perfeição técnica, a grande funcionalidade e a harmonia estética.
Paquete INFANTE DOM HENRIQUE 1961-1988 Companhia Colonial de Navegação, Lisboa
O Infante Dom Henrique foi um navio de passageiros de conceção muito avançada, com grande imponência exterior e estética ultramoderna. A disposição e decoração dos seus interiores privilegiaram a luz, a cor e a amplitude de espaços, de que resultou um paquete muito bonito. Tal como aconteceu com a Escola Náutica Infante D. Henrique, o nome do navio contribuiu para assinalar as Comemorações Henriquinas de 1960. Foi o maior paquete português do século xx e navegou de 1961 a 1976, principalmente na carreira de África. Depois de nove anos a servir de alojamento em Sines, foi recuperado e, com os nomes Vasco da Gama (1988 a 1995), Seawind Crown (1995 a 2003) e Barcelona (2003 a 2004), fez cruzeiros interna - cionais. Foi desmantelado na China, em 2004.
Paquete SANTA MARIA 1953-1973 Companhia Colonial de Navegação, Lisboa
A história do Santa Maria ficará para sempre ligada ao seu assalto e consequente desvio, em 22 de janeiro de 1961. O assalto foi realizado por um grupo de opositores, portugueses e espanhóis, contrários aos regimes de Franco e de Salazar. O grupo português foi encabeçado por Henrique Galvão. Desse assalto resultou a morte do terceiro-piloto do navio, João do Nascimento Costa, e vários feridos entre a tripulação. Foi atribuído ao terceiro-piloto, a título póstumo, o grau de Cavaleiro da Ordem da Torre e Espada.
Graneleiro CASSINGA 1971-1992
Companhia Nacional de Navegação, Lisboa
O Cassinga foi o primeiro grande navio de carga português especializado no transporte de
minérios a granel. Aquando da sua construção na Polónia e aquisição, em 1971, destinou-se
ao transporte de minério de ferro de Angola (Cassinga/Moçâmedes) para Lisboa. Foi utilizado
também no transporte de cereais importados do continente americano, servindo a Companhia
Nacional de Navegação até 1985, integrando depois a sucessora desta, a Portline, até 1992, com
o nome João de Barros. Vendido ao estrangeiro, foi demolido na China, em 1994.
Paquete SERPA PINTO 1940-1955 Companhia Colonial de Navegação,
Lisboa
Adquirido em 1940 à Jugoslávia, o
paquete Serpa Pinto, antigo Princesa Olga (1935-1940) e Ebro (1915-1935), foi
um navio de luxo, construído em Belfast, em 1915, para a famosa Mala Real
Inglesa. Já com bandeira portuguesa, na Segunda
Guerra Mundial prestou serviços relevantes com o transporte de milhares de
refugiados de Lisboa para as Américas, fez duas viagens à África Oriental e
transportou tropas para os Açores e para Cabo Verde. Finda a guerra, registou
muito sucesso nas carreiras do Brasil, da Venezuela e em cruzeiros, tendo sido
desmantelado na Bélgica, em 1955.