Uma das consequências mais visíveis da revolução de 25 de abril foi a explosão de cor e de imagem que inundou o país.
Para além de a liberdade de expressão ter sido corporizada pela palavra escrita e falada, pelo teatro e pelo cinema, pelas reportagens televisivas que faziam pela primeira vez o espectador sentir-se comparsa do que via e ouvia, as ruas e praças de Portugal tornaram-se telas de grande dimensão onde se dava largas ao privilégio da criação, sem limitações que não fossem as da ética e do bom senso de cada interveniente.
Através da descoberta de uma nova estética quase inebriante, a arte gráfica assumiu um papel de intervenção, dando voz a temas e a sentimentos durante tanto tempo recalcados.
A arte saiu à rua. Os artistas experimentavam novas linguagens, antecipando já o fenómeno da street art que tanta importância assumiu mais tarde, e exteriorizavam livremente os seus sentimentos. Esta nova conjuntura permitiu ainda que fossem sendo criados públicos novos para este tipo de expressão artística, as pessoas comuns, os passantes que, com ou sem vontade de participar, eram de facto recrutados para testemunharem este movimento imparável.
O aparecimento da propaganda política em larga escala e a necessidade de fazer passar as mensagens das diferentes confissões que, pela primeira vez, encontravam palco livre, foram agentes aceleradores do desenvolvimento deste tipo de expressão no nosso país.
Os selos postais da República emitidos naquela época, tanto tempo submersos em sujeição de assuntos e da sua interpretação, não escaparam a esta tendência libertária e é hoje possível observarmos no seu desenho os grandes temas que a rua parecia querer então eternizar: a democracia, a liberdade, a participação de todos na vida política, o fim da guerra colonial.
Infelizmente, a tela onde se inscreveram estas mensagens a cores ou a preto-e-branco era efémera. O tempo apagou os graffiti das paredes e fez esquecer as fotografias que davam vida a jornais e revistas.
Dados Técnicos / Technical Data
Emissão / issue
2024 / 03 / 28
Folha Miniatura / Miniature Sheet Com 6 selos / with 6 stamps Tiragem / print run
€3,90 - 73 000
Design
Atelier Pendão & Prior
Créditos / credits
Folha miniatura / miniature sheet Fotojornalismo Félix Esteves
Design Gráfico Sebastião Rodrigues / Biblioteca Nacional de Portugal
Ilustração André Carrilho
Pintura Graffiti Mural SMILE / Municipio de Grândola
Fotografia Daniel Rocha
Pintura Mural Underdogs - Mariana Malhão, Moami, Petra Preta, Tamara Alves / FCSH - Universidade Nova de Lisboa
Capa da pagela e sobrescrito de 1.º dia / brochure cover and FDC
Ilustração / illustration Fernando Pendão
Tradução / translation
Kennis Translations
Agradecimentos / acknowledgements
André Carrilho Daniel Rocha
FCSH - Universidade Nova de Lisboa Félix Esteves
Município de Grândola SMILE
Underdogs - Mariana Malhão, Moami, Petra Preta, Tamara Alves
Papel / paper - 165g /m2 Papel feito de material reciclado / Paper made from recycled material Formato / size
Folha Miniatura / miniature sheet: 95 x 125 mm
Picotagem / perforation
12 x 12¼ e Cruz de Cristo / and Cross of Christ
Impressão / printing - offset
Impressor / printer - Cartor
Sobrescrito de 1.º dia / FDC
FDC Lisboa
FDC Porto
FDC Funchal
FDC Ponta Delgada
Pagela / brochure
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