Nos anos 50 do século passado, as velhas potências coloniais europeias viviam um momento especial ditado pelas regras em que assentara a paz e o desenvolvimento do Velho Continente no pós-guerra. A descolonização decorria das pressões políticas das duas potências emergentes – Estados Unidos e União Soviética –, cedendo ou confrontando-se, consoante as circunstâncias, mas concordando que aos espaços colonias deveria ser dada a independência. A nova ordem mundial estabelecer-se-ia de acordo com outras formas de influência, incompatíveis com a tradição colonial dos finais do século XIX. E Portugal era uma das potências, com territórios significativos no continente africano.
Em alguns casos a transição fez-se de forma pacífica, mas foram muitos os exemplos em que o processo deu origem a conflitos violentos e prolongados, com características muito próprias. A nova forma de fazer a guerra não promovia os enfrentamentos massivos, não usava armamento sofisticado e não mobilizava grandes meios materiais. Era a guerra subversiva em marcha, que os franceses começaram por enfrentar no Sueste Asiático e na Argélia, e que Portugal viria a conhecer, a partir de 1961, nos territórios de Angola, Moçambique e Guiné.
A Marinha entendeu estas condições e, ainda nos anos 50, promoveu um processo de reestruturação que visava uma maior implantação nos territórios ultramarinos. Mas a capacidade de actuar em terra, mesmo em zonas ribeirinhas, estava precariamente reduzida às forças de desembarque dos navios, sem vocação para defrontar as guerrilhas emergentes. Era preciso preparar marinheiros capazes de executar operações em terra, utilizando meios de desembarque rápidos e dissimulados, com possibilidade de penetração no terreno. Foi esta a ideia que motivou o restabelecimento das forças de infantaria da Marinha, agora vocacionadas para operações especiais, como exigiam as condições da contra-insurreição que se adivinhava. Nasciam assim os Fuzileiros do século XX, cuja expressão máxima da capacidade de actuação contra a guerrilha foi assumida pelos Fuzileiros Especiais.
A preparação destes homens obrigou à criação de condições próprias, com espaço disponível para a prática de exercícios adequados à aprendizagem das condições de combate, obrigando a uma formação técnica, psicológica e física, intensa. Para isso foram utilizados os terrenos que a Marinha dispunha em Vale de Zebro: uns edifícios precários com possibilidades de arranjo, uma mata densa com condições de treino e a caldeira do velho moinho de maré, que agora serviria para familiarizar os futuros fuzileiros com as duras condições do mangal dos rios africanos, foram o ponto de partida da Escola de Fuzileiros, há 50 anos atrás.
Até 1974, foi ali que se formaram as sucessivas gerações de Fuzileiros Especiais que combateram nos teatros africanos. E, terminada a guerra, o novo contexto político e militar obrigou à reconversão técnica da formação, adaptada a outras condições de actuação da Marinha Portuguesa. Mas a Escola de Fuzileiros adaptar-se-ia aos novos programas e técnicas, mantendo-se como a alma mater de milhares de jovens que orgulhosamente ostentam a boina azul-ferrete dos Fuzileiros dos séculos XX e XXI.
Comandante Jorge Semedo de Matos
Em alguns casos a transição fez-se de forma pacífica, mas foram muitos os exemplos em que o processo deu origem a conflitos violentos e prolongados, com características muito próprias. A nova forma de fazer a guerra não promovia os enfrentamentos massivos, não usava armamento sofisticado e não mobilizava grandes meios materiais. Era a guerra subversiva em marcha, que os franceses começaram por enfrentar no Sueste Asiático e na Argélia, e que Portugal viria a conhecer, a partir de 1961, nos territórios de Angola, Moçambique e Guiné.
A Marinha entendeu estas condições e, ainda nos anos 50, promoveu um processo de reestruturação que visava uma maior implantação nos territórios ultramarinos. Mas a capacidade de actuar em terra, mesmo em zonas ribeirinhas, estava precariamente reduzida às forças de desembarque dos navios, sem vocação para defrontar as guerrilhas emergentes. Era preciso preparar marinheiros capazes de executar operações em terra, utilizando meios de desembarque rápidos e dissimulados, com possibilidade de penetração no terreno. Foi esta a ideia que motivou o restabelecimento das forças de infantaria da Marinha, agora vocacionadas para operações especiais, como exigiam as condições da contra-insurreição que se adivinhava. Nasciam assim os Fuzileiros do século XX, cuja expressão máxima da capacidade de actuação contra a guerrilha foi assumida pelos Fuzileiros Especiais.
A preparação destes homens obrigou à criação de condições próprias, com espaço disponível para a prática de exercícios adequados à aprendizagem das condições de combate, obrigando a uma formação técnica, psicológica e física, intensa. Para isso foram utilizados os terrenos que a Marinha dispunha em Vale de Zebro: uns edifícios precários com possibilidades de arranjo, uma mata densa com condições de treino e a caldeira do velho moinho de maré, que agora serviria para familiarizar os futuros fuzileiros com as duras condições do mangal dos rios africanos, foram o ponto de partida da Escola de Fuzileiros, há 50 anos atrás.
Até 1974, foi ali que se formaram as sucessivas gerações de Fuzileiros Especiais que combateram nos teatros africanos. E, terminada a guerra, o novo contexto político e militar obrigou à reconversão técnica da formação, adaptada a outras condições de actuação da Marinha Portuguesa. Mas a Escola de Fuzileiros adaptar-se-ia aos novos programas e técnicas, mantendo-se como a alma mater de milhares de jovens que orgulhosamente ostentam a boina azul-ferrete dos Fuzileiros dos séculos XX e XXI.
Comandante Jorge Semedo de Matos
Dados Técnicos
Emissão / issue
2011 / 06 / 03
Selos / stamps
2011 / 06 / 03
Selos / stamps
€0,32 - 370 000
€0,80 - 155 000
Design - Atelier Acácio Santos /Elisabete Fonseca
Design - Atelier Acácio Santos /Elisabete Fonseca
Créditos / Credits
Selo €0,32 - Treino na "Pista de Lodo"
Selo €0,80 e bloco (fundo) - Desembarque em bote
Bloco (selo) - "Monumento ao Fuzileiro"
Fotos - Mário Cerdeira
Agradecimentos / Acknowledgments
Herdeira de Miguel Torga
Escola de Fuzileiros
Capa da pagela/brochure cover
Treino na "Pista de Lodo"
Papel / paper - 110 / m2 True White TR CPST331
Formato / size
selos / stamps: 40 x 30,6 mm
Papel / paper - 110 / m2 True White TR CPST331
Formato / size
selos / stamps: 40 x 30,6 mm
bloco / Souvenir-sheet - 125 x 95 mm
Picotagem / perforation
Cruz de Cristo / Cross of Christ 13 x 13
Impressão / printing - offset
Impressor / printer - Joh. Enschedé
Folhas / sheets
Com 50 ex. / with 50 copies
Cruz de Cristo / Cross of Christ 13 x 13
Impressão / printing - offset
Impressor / printer - Joh. Enschedé
Folhas / sheets
Com 50 ex. / with 50 copies
Sobrescritos de 1º dia / FDCC5 – 0,75
C6 – 0,56
C6 – 0,56
Pagela / brochure
0,70
(CTT, 2011)
Retirado de: CTT Saiba mais
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