uma emissão filatélica sobre o Ano Internacional da Tabela Periódica, uma celebração decretada pelas Nações Unidas há 150 anos. É uma oportunidade para mostrar a centralidade da química e o seu papel na resolução dos grandes problemas da humanidade, para promover a consciencialização da sociedade para o papel da química enquanto ciência promotora do desenvolvimento e bem-estar.
Apesar da antiguidade do conceito de átomo e do carácter central da química no conjunto das ciências puras o seu desenvolvimento é muito recente (últimos 250 anos) e, enquanto ciência moderna, podemos associar-lhe o nascimento à publicação do tratado Lavoisier em 1785.
A noção de substância elementar vai marcar uma nova era, quantitativa, para a química. Também em Portugal o desenvolvimento da química surge com a reforma pombalina do sistema universitário, onde se incluiu o ensino da química, e que levou à criação do Laboratório Chymico (inaugurado em 1775/76) na Universidade de Coimbra.
A associação do conceito de substância elementar de Lavoisier ao atomismo de Demócrito foi efetuada por Dalton no seu livro «New System of Chemical Philosophy» (1808). No entanto, no atomismo de Demócrito, os «átomos» diferiam apenas em forma e tamanho e foi apenas com Dalton que se atribuiu a cada substância elementar um tipo de átomo diferente.
À medida que novos átomos iam sendo descobertos e se acumulava informação sobre as suas propriedades começaram a identificar-se «famílias» de átomos com comportamentos químicos semelhantes. No entanto o pai da tabela periódica, no sentido da classificação sistemática de todos os elementos conhecidos (63 à data de 1869), foi o russo Dmitri Ivanovich Mendeleev publicada no jornal da Sociedade Russa de Química e cujo resumo foi republicado em alemão na Zeitschrift für Chemie (12, 405-406 1869). A classificação de Mendeleev era extraordinária, não só pela sua natureza sistematizante, mas também pelo carácter preditivo: com base nos vazios da sua classificação periódica (baseada na massa atómica) previu a existência de dez novos elementos dos quais sete viriam a ser descobertos. Para melhor situarmos o caráter visionário de Mendeleev temos de nos recordar que em 1869 não se conhecia o eletrão (Thomson 1897), o protão (Moseley 1913) ou o neutrão (Chadwick 1932).
Em 2019 passam 150 anos desta extraordinária criação do génio humano e a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o ano de 2019 como Ano Internacional da Tabela Periódica. A Tabela Periódica, enquanto ícone da química, representa o carácter central desta ciência nas suas interfaces com as restantes áreas do conhecimento científico e das tecnologias.
Esta emissão filatélica é composta por dois selos e um bloco com um selo: um selo para envio nacional até 20g e um selo para envio internacional até 20g, ambos com uma tiragem de 100 000 exemplares cada. O bloco tem o valor de 2,00€ e uma tiragem de 35 000 exemplares.
O design esteve a cargo de Elizabete Fonseca do Atelier Design&etc e os selos têm um formato de 30,6mm X 40 mm. As obliterações de primeiro dia serão feitas nas lojas dos Restauradores em Lisboa, Munícipio II no Porto, Zarco no Funchal e Antero de Quental em Ponta Delgada.
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