Há mais de dois séculos, foi na Europa que nasceram as “bandas de música”, acompanhando a afirmação do liberalismo e, posteriormente, do movimento republicano, e revolucionando a arte de fazer música, levando-a a sair dos salões das elites, para o espaço público. No ambiente do século xix, a música e a atividade das bandas tornaram-se uma das principais formas de sociabilidade entre as diversas classes sociais, numa época em que ocorre a grande proliferação das bandas filarmónicas, traduzindo a importância da atividade cultural e artística amadora nas classes sociais menos favorecidas, e a sua dimensão singular de desenvolvimento e de democratização cultural. A estética e o modelo organizacional das bandas, assim como o seu repertório, resultaram da combinação das influências francesa, austríaca e alemã (prussiana) que levaram a música aos grandes espaços públicos, nos desfiles militares e nas festividades populares, através das marchas de cariz patriótico e também em concertos nos jardins e noutros locais, onde os temas de ópera, as valsas, as polcas e outros géneros, anteriormente conhecidos apenas pelas elites, eram divulgados a todas as classes sociais.
Texto retirado da pagela
Dados Técnicos / Technical Data
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