quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Elevadores Públicos de Portugal (FDC Lisboa)


Country / PostPortugal
Date of Issue17 May 2010
Primary themeTransportation (Rail) (Tramways)
SubjectPortuguese Public Elevators
Width30.6 mm
Height80.0 mm
Denomination0.68 €
Number in set8
Layout/Formatsheet of 25
Perforations13 by 13
Stamp issuing authorityCTT Correios de Portugal SA
PrinterCartor Security Printing

Quando, nos anos 80 do século XIX, se descobriu em Braga que era muito mais vantajoso construir elevadores públicos do que andar a gemer com dores nas costas, imediatamente outras localidades de Portugal aceitaram com entusiasmo seguir essa ideia, com natural destaque para Lisboa, capital bem acidentada deste país. Em cerca de 20 anos, construíram-se nada mais nada menos que 14 elevadores e, aproximadamente 20 anos depois, Viana do Castelo inaugurava o último exemplar deste grupo de elevadores históricos de Portugal.
De todos restam apenas oito, entre eles o mais antigo, o primeiro a ser construído, o elevador do Bom Jesus em Braga, pioneiro em Portugal e na Península Ibérica. Obra-prima de arquitectura industrial, ainda hoje se move por acção do contra peso de água, tal como quando foi inaugurado em Março de 1882. Primorosamente conservado, andar nele faz-nos sentir no ano da sua inauguração.
A Braga seguiu-se Lisboa, onde com certeza havia já muita gente farta de tanta colina! A construção do elevador do Lavra, vencendo essa íngreme calçada veio trazer novo ânimo. A partir de Abril de 1884 puderam os Lisboetas sentir-se vaidosos por já terem um elevador, também movido a contra peso de água e que vencia um percurso em curva, coisa considerada impossível até essa data.
E como uma alegria nunca vem só, logo em Outubro de 1885, a calçada da Glória, ganha também o seu elevador. De aspecto imponente, transportava passageiros no interior e no tejadilho, que tinha bancos onde os cavalheiros se sentavam em poses de grande dignidade, cofiando os seus bigodes. É um dos mais utilizados elevadores de Lisboa.
Depois de Lisboa, foi a Nazaré a recorrer ao elevador para solucionar o importante problema da ligação ao Sítio. Inaugurado solenemente em Julho de 1889, foi o primeiro elevador a utilizar o vapor como força motriz. Hoje está modernizado sendo, pela beleza do seu percurso e das suas carruagens, um dos mais bonitos elevadores de Portugal.
O elevador dos Guindais, no Porto, foi um projecto de grande ousadia, devido à inclinação do seu percurso. Utilizando a força do vapor, foi inaugurado em Junho de 1891, mas durou apenas dois anos devido a um grave acidente. Ressuscitado para integração no âmbito da Porto 2001 – Capital da Cultura, é hoje um magnífico elevador verdadeiramente moderno, panorâmico e bonito.
O sexto elevador da nossa lista é, sem dúvida, o mais simpático elevador de Lisboa. Começou a andar no característico bairro da Bica em 1892, por altura dos Santos Populares, utilizando o contra-peso de água durante algum tempo. Pequeno, com chão em degraus, bem cedo começou a fazer disparates, mas sempre se recompôs. Se essa alcunha não tivesse dono, bem se lhe podia chamar “o miúdo da Bica”.
O elevador de Santa Justa, inaugurado em 1902, foi o último elevador a ser construído em Lisboa. As suas cabines deslocam-se na vertical, tendo sido movidas inicialmente pela força do vapor de água. Grandioso, com uma arquitectura magnífica transformou-se num verdadeiro ex-líbris de Lisboa que todos gostam de admirar e utilizar.
O único elevador desta série que ainda não é centenário, mas que para lá caminha alegremente, é o de Santa Luzia em Viana do Castelo. Inaugurado em Junho de 1923, não teve uma vida fácil. Chegou mesmo a pensar-se que acabaria. Mas foi ressuscitado e hoje é um elevador muito bonito e moderno, bem de acordo com a beleza do seu percurso.
Impossível não recordar Raul Mesnier, ligado à construção de todos estes elevadores, exceptuando o último, construído já depois da sua morte.
Importa também lembrar que todos os elevadores de Lisboa pertencem à Carris e os restantes, às respectivas Câmaras Municipais, sendo de realçar todo o trabalho de manutenção e conservação desenvolvido por estas entidades.
Ao emitir esta série magnífica de selos, os CTT estão, com toda a certeza, a dar uma enorme alegria a todos que se interessam por transportes, mas também ao público em geral que fica a conhecer um pouco mais o nosso património.

Jaime Fragoso de Almeida


Dados Técnicos

Obliterações do 1º dia em:
Lisboa / Porto / Funchal / Ponta Delgada


Emissão:
2010 / 05 / 17

Selos:
€ 0,32 – 230 000
€ 0,47 – 220 000
€ 0,57 – 190 000
€ 0,68 – 230 000
€ 0,80 – 220 000
€ 1,00 – 190 000

Bloco:
Com 2 selos
€ 2, 50 – 60 000

Design: Atelier Whitestudio / Eduardo Aires
Papel FSC: 110g / m2
Formato:
Selos: 30,6 x 80 mm
Bloco: 95 x 125 mm
Picotagem:
13 x Cruz de Cristo
Impressão: offset
Impressor:CARTOR

Folhas:
Com 25 ex.

Sobrescritos de 1º dia:
C6 – € 0,55
C5 – € 0,74

Pagela:
€ 0,70
 (CTT, 2010)

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