Vultos da História e da Cultura
Brito Camacho (1862 – 1934)
Jornalista por vocação e político por convicção, Manuel de Brito Camacho, ministro do fomento do governo provisório da 1.ª República, nasce em Monte de Mesas, a 12 de Fevereiro de 1862, e faz os estudos secundários em Beja, antes de ingressar no curso de Medicina, na Escola Médico-Cirúrgica, em Lisboa.
Em 1885 começa a frequentar os congressos do Partido Republicano e em 1906 funda o periódico A Lucta, primeiro órgão de propaganda da República. A sua pena arguta e acerada, que coloca o bem público acima do privado e não se retrai ante interesses partidários, é causa de algumas inimizades, à esquerda e à direita do espectro político.
A sua tenacidade, o seu rigor e um patriotismo político sem mácula, porém, tornam-no numa figura tutelar do Partido da União Republicana, que funda no ano de 1911.
Entre os anos de 1921 e 1923 desempenha o cargo de Alto Comissário da República, em Moçambique. À sua acção ficam a dever-se importantes reformas nos sistemas de educação e de saúde da ex-colónia.
Retirado da vida política, Brito Camacho consagra à sua terra natal parte da obra literária que lhe entretém os últimos anos de vida. Morre em Lisboa, a 19 de Setembro de 1934.
Marcos Portugal (1762 - 1830)
O mais prolífico e internacional dos compositores portugueses, Marcos Portugal nasce em Lisboa, em 1762.
Ao serviço de D. Maria I e de D. João VI, cria obras sacras para as festividades das capelas reais.
É, contudo, pela concepção de óperas de registo cómico - óperas "bufas" - que o seu nome há-de ganhar fama internacional. Marcos Portugal parte para Itália em 1792, onde estreia mais de 20 óperas, algumas das quais lhe garantiram sucesso nas principais cidades europeias.
Regressado a Portugal no ano de 1800, torna-se mestre do Seminário da Patriarcal e maestro do Real Teatro de S. Carlos, onde compõe algumas óperas "sérias" protagonizadas, na sua grande maioria, por Angelica Catalani.
Na sequência da partida da corte para o Brasil, Marcos Portugal instala-se no Rio de Janeiro, em 1811, assumindo as funções de mestre de Suas Altezas Reais. Em 1820 recebe a Comenda da Ordem de Cristo. Quando a corte portuguesa retorna não a acompanha, mantendo-se ao serviço do seu aluno, o Imperador D. Pedro I do Brasil. O compositor morre em 1830, no Rio de Janeiro. É de sua autoria o Hino da Independência do Brasil.
António Vilar (1912 – 1995)
O homem que emprestou o rosto a algumas das personagens mais emblemáticas do panteão literário e cultural português – do impiedoso D. Pedro ao mundano Camões – nasceu a 13 de Outubro de 1912, na cidade de Lisboa, e, antes de se consagrar do lado de lá das câmaras, foi cantor de rádio, repórter d’ O Século, empregado bancário e assistente de realização.
Não obstante pequenas participações no cinema, a sua iniciação, propriamente dita, tem lugar no filme Feitiço do Império, numa actuação que não passou despercebida. Dois anos mais tarde, António Vilar interpreta o seu primeiro papel de galã, dando vida a Carlos Bonito, no incontornável O Pátio das Cantigas.
De sucesso em sucesso, Vilar consolida a sua carreira, ante a apreciação cada vez mais acalorada dos críticos. Os papéis de Pedro, o Cru, em Inês de Castro, e de Camões, no filme homónimo de Leitão de Barros estreado em 1946, abriram-lhe as portas para o mundo.
Nos anos subsequentes, António Vilar trabalha na Argentina, em Itália, no Brasil, nos Estados Unidos da América, em França e em Espanha, país onde se instala, no final da década de 40, e onde protagoniza cerca de 40 filmes.
Agraciado por inúmeras, o actor dedica os últimos anos ao sonho de produzir um filme sobre Fernão de Magalhães, aí investindo a sua fortuna pessoal. Gorado o sonho de trazer ao grande ecrã os feitos do navegador, resta a réplica de uma nau, doada, após a sua morte, ao espólio da Comissão Nacional dos Descobrimentos Portugueses.
Dados Técnicos
Emissão / issue
2012 / 02 / 13
Selos / stamps
€0,32 - 235 000
€0,68 - 185 000
€0,80 - 135 000
Design - Folk Design / Sofia Martins
Créditos / Credits
Selo €0,32 - Marcos António Portugal, pintado por Debret e aberto por Pradier. Gravura da Autoria de Charles-Simon Pradier (1783-1847) baseada na pintura de Jean -Baptiste Debret (1768-1848). A obra de Debret deverá datar de c.1820-182; Te Deum laudamus Com toda a orquestra, música de Marcos Portugal, promenor do manuscrito original, Rio de Janeiro 1817. Fotos área de música da Biblioteca Nacional de Portugal.
Selo €0,68 - Pormenor da primeira página do jornal A Lucta, de 5 de Outubro de 1910 (2.ª edição, arquivo Hemeroteca Municipal de Lisboa; Brito Camacho, foto col. particular;
Selo €0,80 - António Vilar, em provável produção espanhola contracenando com Carmen Dolores, em A Vizinha do Lado, de António Lopes Ribeiro, 1945, fotos col. Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema.
Agradecimentos / Acknowledgments
Adriana Gesteiro, António Jorge Marques, Carmen Dolores, herdeiros de Manuela de Brito Camacho. Biblioteca Nacional de Portugal, Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, Hemeroteca Municipal de Lisboa.
Papel / paper
FSE 110 g/m2
Formato / size
selos / stamps: 30,6 x 40 mm
Picotagem / perforation
Cruz de Cristo / Cross of Christ 13 x 13
Impressão / printing - offset
Impressor / printer - Joh. Enschedé
Folhas / sheets
Com 50 ex. / with 50 copies
Sobrescritos de 1º dia / FDC
C6 – 0,56
Pagela / brochure
0,70
Obliterações e 1º dia:
Estação de Correios dos Restauradores
Lisboa
Estação de Correios do Município
Porto
Estação de Correios Zarco
Funchal
Estação de Correios Antero de Quental
Ponta Delgada
Sem comentários:
Enviar um comentário